terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O Messias - Estrutura

A noite de Natal aproxima-se rapidamente e por aqui continuamos com o Messias.
Hoje veremos a sua estrutura geral e abordaremos a sua introdução orquestral.

O Messias está dividido em 3 partes:

I. A profecia do Messias e o nascimento e vida de Jesus

II. A obtenção da salvação através do sofrimento de Jesus;

III. Um Hino de graças pela conquista da morte

A primeira parte é aquela que se relaciona verdadeiramente com o Advento.
É sobre esta que incidiremos nesta época natalícia.

Na primeira metade da parte I profetiza-se a vinda do Messias

1) Sinfonia
2) Recitativo acompanhado (Tenor): "Comfort ye"
3) Aria (Tenor): "Ev´ry Valley"
4) Coro: "And the glory of the Lord"
5) Recitativo acompanhado (Barítono): "Thus saith the Lord"
6) Aria (contralto): "But who may abide"
7) Coro: "And He shall purify"
8) Recitativo (contralto): "Behold, a virgin shall conceive"
9) Aria (contralto) e coro: "O thou that tellest good tidings"
10) Recitativo acompanhado (barítono): "For behold, darkness shall cover the earth"
11) Aria (barítono): "The people that walked in darkness"
12) Coro "For unto us a Child is born"


A Sinfonia que abre o oratório trata-se de uma abertura "à francesa" com o seu ritmo majestoso da introdução sugerindo heroísmo ao qual a tonalidade de mi menor acentua o seu dramatismo.
A segunda parte, em estilo de fuga "a tempo di giusto" como na secção rápida das aberturas francesas que foi posteriormente modificada por Haendel por um "allegro moderato".
Esta lindíssima peça orquestral termina numa secção final comprimida em apenas três compassos.
Em termos gerais podemos dizer que esta abertura dá o tom inicial do espírito do oratório: A humanidade está em estado de espectativa, inquieta e preocupada.
A conclusão em mi menor contrasta com os acordes de mi maior do recitativo acompanhado que se segue: "Comfort ye"








sábado, 19 de dezembro de 2009

"O Messias" - versões

Haendel demorou cerca de 21 dias a compôr o "Messias", ou seja entre 22 de Agosto e 12 de Setembro de 1741, como consta no manuscrito autógrafo. Para a orquestração necessitou de mais dois dias !!!
A primeira apresentação teve lugar no dia 13 de Abril de 1742 em Dublin (ou seja, nem sequer foi no Natal !!).


Apenas em 1750 ocorreu a primeira interpretação numa igreja: a capela do "Foundling Hospital" (Hospital para crianças abandonadas). Nesta ocasião a interpretação foi conduzida pelo próprio compositor.
Ou seja, apesar de ser uma obra sacra, a maioria das apresentações iniciais ocorreram em salas de concerto e edifícios seculares.
A variedade dos espaços e condições acústicas explica as várias versões do oratório que Haendel escreveu. Estas diferenças existem sobretudo ao nível das dimensões da orquestra e coros mas também na atribuição das árias a diferentes registos vocais.
Vejamos então alguns exemplos:

Na primeira apresentação (a chamada versão de Dublin) o coro era constituído por oito cantores por cada parte vocal totalizando 32 elementos sendo a orquestra de dimensões semelhantes.

Esta é uma gravação recente da versão de Dublin (1742)
http://www.amazon.com/Messiah-George-Frideric-Handel-Version/dp/B000K2Q7PK/ref=sr_1_2?ie=UTF8&s=music&qid=1261186580&sr=8-2-catcorr


Na maior parte das versões a orquestra mantém as dimensões desta esta versão inicial:

6-8 primeiros violinos;
6-8 segundos violinos;
4-5 violas;
2 violoncelos;
2 contrabaixos;
1 cravo ou orgão para baixo contínuo;
2 trompetes
2 tímpanos.

Em algumas situações Haendel acrescentava oboés e fagotes para aumentar o colorido e poder orquestral nos tutti.

Haendel dirigiu também no Covent Garden e no King´s theatre em 1743 e 1745.
A partir de 1749 começou a fazer apresentações anuais fazendo diversas alterações e revisões. Em Abril e Maio de 1751 introduziu vozes de crianças no coro (no registo soprano) e um solista contratenor em vez do contralto.


Por exemplo esta é a gravação da NAXUS de uma versão de 1751.
http://www.amazon.co.uk/Handel-Messiah-version-Eamon-Dougan/dp/B000I2IUW0


Após a morte de Haendel começaram a usar-se efectivos orquestrais muito maiores, e até em alguns casos colossais como na interpretação de 1784 na Abadia de Westminster em que o coro tinha 300 elementos e a orquestra 250 (95 violinos; 26 violas; 21 violoncelos; 15 contrabaixos; 26 oboés; 28 fagotes; 12 trompas; 12 trompetes; 6 trombones. O mais incrível é que as partes solistas eram cantadas por mais do que um elemento. Também não se sabe que partes eram tocadas pelos trombones e trompas.

Outros exemplos: Berlim 1781 (185 músicos); Leipzig 1781 (coro com 90 elementos e 127 músicos na orquestra).
O andamento da obra também era adaptado à acústica das igrejas (ou seja umas vezes uma interpretação mais rápida, outra mais lenta).
Também é conhecida uma reorquestração de Mozart para uma versão alemã do Messias que durante muito tempo foi a versão mais ouvida (a análise desta versão é muito interessante e daria para um outro post). http://www.classical.net/music/comp.lst/works/handel/messiah/mozart.php
Fonte. http://www.amazon.com/dp/B00000E4CH?tag=classicalnet&link_code=as3 creativeASIN=B00000E4CH&creative=373489&camp=211189


Actualmente estão muito em voga as "versões de época" em que se tenta reproduzir os efectivos utilizados no tempo de Haendel.
Esta questão das versões é muito importante quando se trata de avaliar as gravações que estão disponíveis.
É um exercício interessante percorrer na Amazon os exemplos musicais das várias versões e perceber as diferenças.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Concerto de Natal - "O Messias" de Haendel

Foto: http://www.mlive.com/entertainment/grand-rapids/index.ssf/2008/12/calvin_colleges_intimate_venue.html


A propósito de um concerto de Natal a que fui assistir recentemente onde foram interpretados excertos do "Messias" de Haendel, decidi procurar alguma informação sobre esta obra, que já conhecia em CD e que costumo ouvir em casa por esta altura.
Assim, se tiver tempo, coisa rara neste ano que agora finda, tentarei ir colocando aqui alguma dessa informação para assim, à minha maneira, associar o blog à quadra de Natal.

O "Messias" é um oratório em três partes para coro, orquestra e quatro solistas (barítono, tenor, contralto e soprano) composto por Georg Friedrich Haendel (n. Halle, Alemanha 23 Fev 1685; m. Londres 14 Abril 1759).



Antes de mais, umas palavras sobre o género oratório. É um género musical para coro, orquestra e solistas sobre uma temática, nem sempre, mas frequentemente religiosa. Sendo musicalmente semelhante a uma ópera não é todavia representada com cenários, guarda-roupa ou encenação, mas interpretada na forma de um concerto estas características, aliadas à sua extensão fazem com que este seja um género musical pouco popular hoje em dia.
Quando muito popularizam-se alguns excertos mais famosos de que é exemplo coro "Haleluia" que encerra a segunda parte do "Messias".
Por isso audição de um oratório deve, em minha opinião, ser acompanhado pela leitura do texto que está a ser cantado. Desta forma, a beleza que já existe na sua música assume maior dimensão pela compreensão plena do seu sentido. No caso do "Messias" até nem é muito difícil uma vez que está em língua inglesa.
Há também aqui um aspecto particular característico dos oratórios do período barroco e também, em certa medida nas obras de períodos posteriores: A música procura muitas vezes ilustrar o texto, por vezes até de forma algo ingénua e simplista mas que resulta plenamente no impacto que causa no ouvinte. E eu arriscaria até a considerar um nível inconsciente de compreensão se aceitarmos o facto de não haver muitas vezes a compreensão do texto e assim do seu sentido.
Alguns artifícios muito simples e até algo banais como a utilização de melodias ascendentes para ilustrar a Ascenção ou a Ressureição ou ainda a utilização do registo agudo ao cantar "Glória a Deus nas alturas" contrastando imediatamente a seguir com o registo grave em "Paz na terra aos homens" e por aí fora...
O Messias está cheio destes efeitos simples mas também os possui mais elaborados como a maravilhosa ilustração da orquestra ao bater das asas dos anjos e o uso mais subtil mas não menos importante da harmonia.
E claro que tem maravilhosas árias para os quatro solistas mas para mim o verdadeiro poder está nos seus coros, imaginativos, directos, surpreendentes.
Enfim, há algo no "Messias" que fala directamente no coração dos Homens. Será isto explicável ?? Eu penso que não e aí está a sua magia.


Para ilustrar este post com música, escolhi precisamente o seu coro mais conhecido não sendo todavia o meu favorito:



quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Voltando à música clássica com... Ópera !!

É um facto que tenho observado: ou se odeia ou se ama e raramente alguém fica indiferente.
Eu próprio odiava o género, por várias razões objectivas: o exagero, a falta de naturalidade ou a teatralidade excessiva, a história, muitas vezes inverosímil, não entendia os diálogos e, talvez a principal a sua duração excessiva. Só ouvia mesmo aqueles CDs com algumas das árias mais importantes, ou então as aberturas.

Para além das razões anteriores, há também outro aspecto que julgo ser importante nas dificuldades observadas na sua apreciação:
É que as óperas são obras para serem representadas num palco, e como tal associam o carácter musical a uma forte componente visual e interpretativa que nunca poderá ser transmitida por um CD de música.

Na realidade, tenho de confessar que odiava algo que nunca tinha visto na sua plenitude (visual e auditivamente) e muito menos na sua totalidade (apenas conhecia partes de óperas). Portanto um juízo bem injusto!!!

Por esta razão fui, há uns anos atrás, assistir a duas óperas ao vivo:



"La Boheme" de Puccini


















"Flauta Mágica" de Mozart

















Comecei desconfiado e saí de lá admirado. Gostei muito e, curiosamente não dei pelo tempo passar, mesmo sem perceber muitos dos diálogos... apenas com a ajuda de um resumo do enredo que lia no início de cada acto.

Depois da minha curiosidade ter sido despertada por estas experiências bem sucedidas, prometi a mim mesmo conhecer esse enorme corpo cultural tão desprezado entre nós.
Comecei a adquirir DVDs com óperas e claro a assistir:


As de Mozart:

O Singspiel "A Flauta Mágica" (que já tinha assistido ao vivo), com os seus diálogos falados em alemão, consegue reunir vários níveis de significação podendo ser apreciada por crianças ou entendida num nível mais profundo pela profusão de simbologia maçónica. Uma ópera para o povo e para os eruditos da época. Ambos saem plenamente satisfeitos cantarolando melodias que ficam facilmente no ouvido ou então a reflectir sobre o papel do homem no mundo. (falta-me conhecer o "Rapto do Serralho", o outro singspiel.

As óperas italianas:

"Don Giovanni" ópera negra que combina música profundamente tenebrosa com a mais vibrante alegria de viver.

As "Bodas de Fígaro" (minha preferida) com os seu humor contagiante e os seus irresistíveis agrupamentos vocais, entusiasmante !!!

"Cosi Fan tute", para mim um pouco apagada mas mantendo o modelo de equilíbrio clássico, belas melodias e o humor palaciano (aceito que precisarei de um pouco mais de tempo para apreciar devidamente).


"Fidelio" de Beethoven é sem dúvida um hino à liberdade.
De escrita fortemente sinfónica generosa nos ideais e nas formas
Parece por vezes que a música é um raio de luz que irrompe através da sua teatralidade um pouco cinzenta (espero não estar a cometer uma
injustiça acho que aqui mas a sua música está muitos níveis acima do libretto e dos diálogos).





As de Puccini:
"Tosca", "Madame Butterfly", "La Boheme" (já referida), "Turandot". Um mundo de heroínas trágicas, sacrificando-se por amor e embaladas por um música tão bela, tão maravilhosamente orquestrada embora por vezes um pouco melodramática. Já "Turandot", infelizmente inacabada, mas com uma sonoridade tão moderna (para mim uma verdadeira ópera do século XX).





...e logo me aventurei nas de Wagner
(essas que eu considerava inacreditável que alguém
conseguisse assistir/ouvir... horas e horas).
Bem, só quem se disponha a ouvir com atenção e tempo poderá começar a usufruir do enorme prazer em seguir uma trama tão maravilhosamente tecida de temas musicais, sugestões tonais, cores orquestrais. E tudo isto sem parar !!! um fluxo ininterrupto de música.
São todas assim: "Parsifal" (épica !), a não menos épica tetralogia do "Anel dos Nibelungos" ("O Ouro do Reno", "A Valquíria", "Siegfried "e o "Crepúsculo dos Deuses"), cada uma delas um prova de resistência para músicos, cantores e público. Também "Tristão e Isolda" em que toda a música parece glorificar o amor. E aquela glorificação da cultura germânica, combinada com um humor irresistível e uma abertura orquestral de monumental beleza que são os "Mestres Cantores de Nurmberga". Faltam-me ainda conhecer mais algumas como "O Holandês Voador", "Tannhauser", "Lohergrin",...


E só ultimamente, por razões que não consigo explicar, comecei a abordar as óperas de Verdi.
Até agora apenas o "Rigolleto".
Concentrei-me mais em aspectos do enredo do que propriamente na música. O que até me parece estranho.
Fascinou-me particularmente a figura do bobo Rigolleto, sobre o qual a nossa opinião oscila entre o desprezo, horror, a pena e a admiração. A profundidade desta personagem opõe-se fortemente à excessiva superficialidade da personagem do Duque de Mântua. Quanto à música, terei que ouvir mais, para poder formular opinião.




A viagem ainda agora começou e ainda há tanto para conhecer. Por exemplo, pretendo explorar as primeiras óperas como o "Orfeu" de Monteverdi, mas também o "Orfeu" de Gluck. E depois seguir com outras famosas como "Carmen" de Bizet, "Fasto" e os "Troianos" de Berlioz. E muitas mais, Haja tempo!!.


Uma última nota: Só depois de muito tempo é que comecei a perceber a sua beleza e principalmente a sua ligação, quase imperceptível à música orquestral/sinfónica, este sim um género que sempre apreciei.
Estas relações são tão intensas como quase imperceptíveis para o ouvinte pouco atento.
Mas isso ficará certamente para outro post.

sábado, 17 de outubro de 2009

Porque a vida não é só clássica...

Vou também colocando algum do Jazz que dou por mim a ouvir com mais frequência.
Este, por exemplo parece bom demais para ser verdade...



Album: > Unity (Blue Note BST-84221) - Larry Young Quartet
> Larry Young (org) Woody Shaw (tp) Joe Henderson (ts) Elvin Jones (d)

> VGS, Englewood Cliffs, NJ; November 10, 1965

Faixas:> Zoltan;

Monk's Dream;

If;

The Moontrane;

Softly As In The Morning Sunrise;

Beyond All Limits.


Na Amazon: http://www.amazon.com/Unity-Larry-Young/dp/B00000I41F

Larry Young Music - Official Web Site: http://www.larryyoungmusic.com/index2.html

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Música para órgão

Durante muito tempo os poucos CDs de música para órgão de que dispunha estavam a ganhar poeira na estante.

Confesso que a sonoridade do órgão não me atraía especialmente. Aquele som cheio que muitas vezes abafava as linhas melódicas. Por alguma razão era incapaz de seguir as diversas vozes e por isso não conseguia compreender a música.

Apesar de ser um admirador de Bach, os os prelúdios, fugas e tocatas para órgão não passavam para mim de meros números do catálogo BWV. Ainda assim, as trio sonatas conseguiam ser a excepção (que maravilha !!!) mas apenas as gravações mais límpidas...
Ah... e claro a famosa tocata e fuga em ré menor.

E eis que subitamente vou de novo à estante recuperar aquele CD hiperpremiado de Olivier Vernet (pelo qual até dei um bom dinheiro há uns anos) e sem que nada o fizesse prever comecei a sentir uma imensa emoção com a grandiosidade daquela música.
Algo indefinível tocou-me fundo na alma e um mundo novo de música se abriu para mim.

Agora tenho que arranjar tempo para explorar estes tesouros.
Vou começar pelo óbvio (J. S. Bach).
Espero voltar em breve para contar a experiência...

Uma pequena nota: Esta foi a minha ausência mais prolongada do blog, por várias razões: pessoais, profissionais... mas mesmo quando foi possível dispôr de algum tempo para retomar os posts, assaltava-me uma certa dúvida sobre o rumo que este espaço deveria seguir no futuro. Até porque apesar da ausência, ele foi tendo um número razoável de visitas. Ainda não cheguei a nenhuma conclusão, se calhar o melhor é ir avançando e deixar que o blog se construa por si mesmo, com os seus defeitos e virtudes.


J.S. Bach: Prelúdio e fuga em Mi bemol maior BWV 552

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Se me é permitido recomendar um livro sobre música...

"All you have to do is listen - music from the inside out"



Se me é permitido recomendar um livro... Esta é uma verdadeira jóia deseja aprender a apreciar melhor as grandes obras da música.

No seu prefácio, o autor explica que a principal motivação para escrever este livro foi o facto de, desde muito cedo na sua carreira de professor de música e maestro, ter percebido a dificuldade que muitas pessoas tinham em seguir uma obra musical e que essa dificuldade não dependia do facto de saberem música ou não, mas de perceberem como se estrutura o discurso musical (o que não é exactamente a mesma coisa !). Assim não conseguiam acompanhar os eventos que se sucediam em tempo real tornando a audição (que deveria ser uma experiência empolgante) num exercício penoso e entediante.
Partilho de muitas suas das ideias sobre como se deve apreciar música mais exigente para o intelecto e a forma como essa atitude activa pode multiplicar o prazer da audição.

Resumindo: para ouvir com atenção e seguir a música é necessário que saber quais o elementos que constituem o discurso musical (por analogia à linguagem escrita com letras, palavras, frases, parágrafos e vários sinais de pontuação); assim como a forma como estes elementos se relacionam entre si formando a estrutura da obra (à semelhança com o que acontece com a organização que percebemos dentro de cada capítulo de um livro e a relação que os capítulos têm entre si). Por fim a percepção dos dispositivos utilizados pelo compositor para criar espectativas no ouvinte, frustrar essa mesmas espectativas ou então confirmá-las e ainda conferir unidade à obra ou proporcionar-lhe um final convincente.
Interessante é o facto destes princípios poderem ser aplicados a praticamente todos os períodos da história da música (barroco, classicismo, romantismo e até música do século XX).

Ao contrário do que possa parecer, este não é um livro teórico, pelo contrário aqui podem encontrar-se exemplos concretos que permitem ao leitor ir melhorando a sua capacidade perceptiva.

O livro dirige-se, portanto a quem está pouco habituado a este universo da música erudita e resolve um problema aparentemente insolúvel: Como apresentar num livro exemplos de trechos musicais (leia-se notas musicais...) que possam ser "lidos" por quem não sabe ler música ???
A solução encontrada é extraordinariamente simples: gravam-se os trechos e depois colocam-se num site (cujo endereço vem no livro). O leitor pode ouvir os exemplos on-line ou então fazer o download para o seu computador para mais tarde acompanhar a sua leitura.

Mesmo para quem já tem alguma formação musical, este livro encerra algumas surpresas. Há sempre novas abordagens o que permite descobrir aspectos novos em obras que se julgava conhecer desde sempre !!!

Só para abrir o apetite, aqui fica o índice:


PRELUDE: All You Have to Do Is Listen

1. Does Music Have a Plot?
2. Beginnings Are Everything
3. Repetition
4. Comma, Semicolon, Period: The Meaning of Cadence
5. Compared-to-What Listening
6. Forward-Backward Listening
7. The Challenge of Memory
8. Form Is a Verb
9. From Dancing to Listening:Minuets and Scherzos
10. Sonata Form: A Story in Three Acts
11. Passacaglia,Chaconne, and Fugue:Out of One,Many
12. How Could This Come from That?: The Art of Theme
and Variations
13. The Individual versus the Community: The Concerto
14. Finished versus Complete

POSTLUDE: The Role of the Performer



Para quando uma tradução para português ? Ou será que não há mercado para este tipo de livros ?