domingo, 26 de junho de 2016

9ª Sinfonia na Sé Velha de Coimbra



Sinfonia nº 9 em ré menor (op. 125)



Esta é uma obra que dispensa apresentações.
Concluída por Beethoven em Fevereiro de 1824 e estreada em Viena a 7 de Maio do mesmo ano sob a direcção do compositor.

Quatro andamentos:
2. Molto vivace
3. Adagio molto e cantabile
4. Finale: presto

Uma excelente oportunidade para quem estiver por perto no dia 3 de Julho!

terça-feira, 10 de maio de 2016

Johann Philipp Krieger (1649-1725)

Trio Sonatas (Nuremberg 1688)


Gosto de descobrir compositores esquecidos que não constam do excelente "Guia da Música de Câmara" de Tranchefort.

Passei o final da tarde a ouvir as suas Trio Sonatas para dois violinos e viola da gamba como baixo continuo.
Mas em vez daquele barroco alemão puro e duro eis que quase tudo nestas sonatas me parece música italiana. Uma pesquisa rápida confirma a sua passagem por Veneza e estudos de composição com mestres italianos.

Mas que maravilhosa mistura. A música parece fluir sem esforço entre estes dois mundos. Tudo parece natural nesta síntese.

Encontro nestas 12 sonatas, as minhas tonalidades favoritas (ré menor, sol menor, e dó menor menor). Estas dão sempre aquele sabor oscilando entre o trágico e o melancólico, sempre de uma grande beleza.

Pelos vistos parece que este compositor, hoje desconhecido, pertenceu a uma família de músicos célebres e compôs imensa música. Por exemplo cerca de 2000 cantatas! Das quais sobreviveram 76...



domingo, 2 de fevereiro de 2014

Napoleon Coste - Estudos para guitarra Op. 38


 
Para mim uma das coisas mais estimulantes é descobrir obras ou compositores que por várias razões têm permanecido na sombra de outros muito mais conhecidos e ouvidos. Por essa razão, partilhar estas descobertas musicais,  para mim muito belas, é um dos objectivos desde blog.
Isto levanta a questão que sempre me intrigou se a razão porque algumas obras ou compositores não resistem à passagem do tempo se deve exclusivamente a razões de qualidade musical. As descobertas que vou fazendo levam-me a pensar, mesmo descontando a natural subjectividade daquilo que podemos chamar gosto pessoal, que a qualidade musical nem sempre garante essa eternidade.
 
Agora que decidi dedicar-me à aprendizagem da guitarra clássica, deparei-me com aquilo que eu chamo obras de série. Coleções de obras agrupadas, por vezes por número de Opus, outras por temas (agrupamentos, etc).
 
Neste caso em concreto, ao descobrir os estudos de género Op.38 de Napoleon Coste (1805-1883), uma colecção de 25 estudos para guitarra clássica verifiquei que a primeira audição completa de todos os estudos se revelaria algo fastidiosa, até porque nem todos apresentam a mesma qualidade ou apelo ao ouvinte.
 
Mesmo assim dediquei-me a ouvi-los todos, havendo dois (os nº 1 e 14)  que me chamaram imediatamente à atenção, não por serem necessariamente os de maior conteúdo musical mas apenas pela sua beleza que, como critério subjectivo, me deram vontade de aprender a tocar.








(neste vídeo aparece identificado com nº16 mas na realidade trata-se do nº14)


Acredito também que com o tempo aprenderei a apreciar os restantes.

Estudos op. 38
 
No. 1 em La menor: Allegretto
No. 2 em Do maior: Scherzando
No. 3 em Ré menor: Prelude
No. 4 em Ré maior: Andantino
No. 5 em Mi maior: Allegretto
No. 6 em Lá maior: Andantino
No. 7 em Lá menor: Agitato
No. 8 em Mi menor: Scherzando
No. 9 em Sol maior: Andantino
No. 10 em Ré maior: Allegretto
No. 11 em Sol maior
No. 12 em Dó maior: Prelude
No. 13 em Dó maior: Allegretto
No. 14 em Lá maior: Andante
No. 15 em Ré maior: Moderato
No. 16 em Sol menor: Allegretto
No. 17 em Dó maior: Moderato
No. 18 em Lá menor: Allegro
No. 19 em Lá maior: Allegretto
No. 20 em Ré maior: Allegretto
No. 21 em Sol maior
No. 22 em Lá menor: Tarantelle
No. 23 em Lá maior: Moderato
No. 24 em Ré menor: Andantino
No. 25 em Si bemol maior: Cantabile
 

 




 
 





terça-feira, 20 de novembro de 2012

Compositores hoje quase desconhecidos - Johann Joachim Quantz (1697-1773)

Johann Joachim Quantz (1697-1773)



Nascimento: Hanover, 30 Janeiro de 1697
Falecimento: Potsdam, 12 Julho 1773

Teórico, virtuose compositor e flautista

c.300 concertos para flauta
204 sonatas para flauta e baixo contínuo
12 duos
45 sonatas em trio para duas flautas e baixo contínuo ou para flauta, violino e baixo contíno
9 sonatas em trio para 3 flautas
2 sonatas para duas flautas

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Brahms - Nanie Op. 82

 Sem prestar atenção ao texto, o início quase se assemelha a uma canção de embalar. No entanto trata-se de uma obra composta por Brahms em memória de um amigo falecido, utilizando um poema de Schiller, complexo e cheio de referências mitológicas que consiste num dramático lamento sobre a morte. Quanto à música, composta para coro e orquestra, por vezes assemelha-se ao seu Requiem, lindíssima, comovente e dramática e com a densidade de escrita típica de Brahms. 
Diz-se ser esta uma obra pouco interpretada actualmente devido à sua dificuldade técnica. No entanto esta pérola do reportório romântico sugere a existência de muitos outros tesouros na relativamente pouco conhecida obra coral de Brahms.


 Aqui na interpretação de Gardiner e do coro Monteverdi e a Orchestre Revolutionaire et Romantique, num álbum que contém também outras obras corais de Brahms e a 3ª sinfonia. Aliás parte de um belíssimo conjunto de CDs que incluem as restantes sinfonias juntamente com outras obras corais.
Texto em Alemão: 
Auch das Schöne muß sterben! Das Menschen und Götter bezwinget,
Nicht die eherne Brust rührt es dem stygischen Zeus.
Einmal nur erweichte die Liebe den Schattenbeherrscher,
Und an der Schwelle noch, streng, rief er zurück sein Geschenk.
Nicht stillt Aphrodite dem schönen Knaben die Wunde,
Die in den zierlichen Leib grausam der Eber geritzt.
Nicht errettet den göttlichen Held die unsterbliche Mutter,
Wann er am skäischen Tor fallend sein Schicksal erfüllt.
Aber sie steigt aus dem Meer mit allen Töchtern des Nereus,
Und die Klage hebt an um den verherrlichten Sohn.
Siehe! Da weinen die Götter, es weinen die Göttinnen alle,
Daß das Schöne vergeht, daß das Vollkommene stirbt.
Auch ein Klagelied zu sein im Mund der Geliebten ist herrlich;
Denn das Gemeine geht klanglos zum Orkus hinab.
Tradução para Inglês:
Also Beauty must perish! What gods and humanity conquers,
Moves not the armored breast of the Stygian Zeus.
Only once did love come to soften the Lord of the Shadows,
And at the threshold at last, sternly he took back his gift.
Nor can Aphrodite assuage the wounds of the youngster,
That in his delicate form the boar had savagely torn.
Nor can rescue the hero divine his undying mother,
When, at the Scaean gate now falling, his fate he fulfills.
But she ascends from the sea with all the daughters of Nereus,
And she raises a plaint here for her glorified son.
See now, the gods, they are weeping, the goddesses all weeping also,
That the beauteous must fade, that the most perfect one dies.
But to be a lament on the lips of the loved one is glorious,
For the prosaic goes toneless to Orcus below.
Para além de todo o prazer que me dá a audição desta obra, a sua leitura suscita-me diversas questões e problemas.
- A interpretação completa do poema de Schiller, cuja complexidade por vezes me desconcerta.
- Parecendo ser um poema algo difícil de musicar, quais os problemas composicionais que apresenta e de que forma o compositor os terá ultrapassado?
- Será que outros compositores tentaram musicar o mesmo poema? e com que sucesso?
- Porque razão a música parece por vezes destacar-se do texto, a ponto de se constituir uma entidade autónoma e sem relação o conteúdo do texto? Quais os momentos em que isso é mais notório ?
- Qual a estrutura formal da obra? 


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sites Fantásticos

O site da universidade de Oregon é excelente, ainda mais porque contém este Projecto Bach digital   dentro do qual podemos encontrar uma análise da missa em si menor de Bach por  Helmuth Rilling. Para além do excelente conteúdo, o aspecto gráfico é primoroso ! Um prazer para todos os amantes da música de Bach.
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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Zoo Musical - A Galinha

Jean-Philippe Rameau (1683-1764)



Esta peça para cravo, aqui interpretada ao piano por Sokolov, é toda ela uma ilustração musical do movimento e som desta ave. Comovente...

Franz Joseph Haydn (1732-1809)



No primeiro andamento desta famosa sinfonia de Haydn, em forma sonata, apenas o segundo grupo temático é evocativo, à semelhança da peça de Rameau, dos trejeitos "galináceos". No entanto, surpreende-me sempre o enorme contraste deste tema com o espírito trágico do resto do andamento.