Durante muito tempo os poucos CDs de música para órgão de que dispunha estavam a ganhar poeira na estante.
Confesso que a sonoridade do órgão não me atraía especialmente. Aquele som cheio que muitas vezes abafava as linhas melódicas. Por alguma razão era incapaz de seguir as diversas vozes e por isso não conseguia compreender a música.
Apesar de ser um admirador de Bach, os os prelúdios, fugas e tocatas para órgão não passavam para mim de meros números do catálogo BWV. Ainda assim, as trio sonatas conseguiam ser a excepção (que maravilha !!!) mas apenas as gravações mais límpidas...
Ah... e claro a famosa tocata e fuga em ré menor.
E eis que subitamente vou de novo à estante recuperar aquele CD hiperpremiado de Olivier Vernet (pelo qual até dei um bom dinheiro há uns anos) e sem que nada o fizesse prever comecei a sentir uma imensa emoção com a grandiosidade daquela música.
Algo indefinível tocou-me fundo na alma e um mundo novo de música se abriu para mim.
Agora tenho que arranjar tempo para explorar estes tesouros.
Vou começar pelo óbvio (J. S. Bach).
Espero voltar em breve para contar a experiência...
Uma pequena nota: Esta foi a minha ausência mais prolongada do blog, por várias razões: pessoais, profissionais... mas mesmo quando foi possível dispôr de algum tempo para retomar os posts, assaltava-me uma certa dúvida sobre o rumo que este espaço deveria seguir no futuro. Até porque apesar da ausência, ele foi tendo um número razoável de visitas. Ainda não cheguei a nenhuma conclusão, se calhar o melhor é ir avançando e deixar que o blog se construa por si mesmo, com os seus defeitos e virtudes.
J.S. Bach: Prelúdio e fuga em Mi bemol maior BWV 552
J.S. Bach: Prelude and triple Fugue in E flat major BWV 552 é absolutamente fantástico. Ouvido numa Igreja ainda é mais fascinante.
ResponderExcluirA música para órgão é um universo vastíssimo! E antiquíssimo...
ResponderExcluirO órgão é um instrumento único! Vale a pena descobrir.
Aconselho-lhe também: Buxtehude, Sweelink, Frescobaldi, François Couperin, compositores ibéricos (Pedro de Araújo, Francisco Correa de Arauxo, Carlos Seixas, António de Cabezon...), Pachelbel. Do Romantismo: César Franck, Widor, Guilmant, Dupré, Mendelssohn, Liszt, Max Reger. E alguma música mais recente: Messiaen, Desmessieux, Jean Langlais, Ligeti.
Mas o mais curioso de todo o reportório para órgão reside naquelas obras menos conhecidas, mesmo entre os conhecedores do instrumento. Falo daquelas que retratam realidades locais e mesmo da música dos anónimos... Livros como o Buxheimer Orgelbuch e outros códices são pequenos tesouros da literatura para órgão.
Continuação de Boas Descobertas!
Cláudia Lopes
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